quinta-feira, agosto 18, 2005

«Às vezes, é bom ser Professor»

Às vezes, é bom ser professor.
Quando uma lágrima se suspende e um sorriso se entreabre no rosto de um aluno. Quando uma palavra se escreve a dizer obrigado, gostei muito da aula de hoje. Quando se sente a azáfama do trabalho, a participação activa. Ou mesmo o silêncio empenhado.

Às vezes, é bom ser professor.
Quando no supermercado encontramos um aluno de há muitos anos e logo surge um cumprimento efusivo, então professor, há quanto tempo… que é feito de si? Ou quando outro aluno nos mostra, com um largo sorriso, um livro antigo oferecido com uma dedicatória à sua irmã, que agora é médica. Ou mesmo quando o José Alberto Carvalho dedica o Globo de Ouro à sua professora primária que o ensinou a distinguir o essencial do acessório.

Sim, é bom ser professor.
Sentir o calor humano, ensinar a descobrir o mistério das coisas e da vida. Ver a disponibilidade e a generosidade. E mesmo quando o esforço é grande e o resultado é pequeno, mesmo quando a voz enrouquece e o peso da sombra teima na ameaça, é (quase) sempre bom ser professor.

Não há profissão tão entusiasmante e tão exigente como a do professor.
Esta é a nossa principal glória. A marca radical de um ofício que muitas vezes se constitui como a hora de deslumbramento.


(“José Matias Alves” – In Correio da Educação – ASA)

1 Comments:

At quinta-feira, 18 agosto, 2005, Anonymous Anónimo said...

Partilho da tua opinião.
É muito bom quando gostamos dos nossos alunos, quando se estabelece uma relação que perdura!...
É algo que só quem é PROFESSOR conhece!!!
Ana

 

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